Celso de Mello rejeita apreensão de celulares, mas critica Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro em entrevista a jornalistas em Brasília (Andressa Anholete / Getty Images)
(ANSA) – O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de partidos da oposição para confiscar os telefones celulares do presidente Jair Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro. Segundo Mello, as legendas políticas não têm “legitimidade” para fazer tais solicitações.
Os pedidos foram submetidos pelo PDT, PSB e PV e relacionados à suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal.
As ações também exigiram experiência nos celulares de Maurício Valeixo, exonerados da liderança da PF pelo presidente, ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que renunciou devido à mudança de comando da Polícia Federal e pela deputada bolsonarista Carla Zambelli, que mensagens trocadas. com o ex-juiz sobre o assunto.
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Como de costume, Celso de Mello enviou pedidos de análise pelo Gabinete do Procurador Geral da Nação, que declarou o contrário.
Ainda assim, Bolsonaro deu a entender que não cumpriria uma eventual ordem de entregar seu telefone celular, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, emitiu uma nota informando que a apreensão causaria “consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional ”
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Na sua decisão, Mello faz críticas diretas ao presidente e afirma que a possível falta de respeito por uma decisão judicial do chefe de Estado constituiria um “crime de responsabilidade”.
“Tal ameaça incomum de desrespeito à eventual ordem judicial emanada da autoridade judicial competente, que é totalmente inaceitável do ponto de vista do princípio constitucional da separação de poderes, se for efetivamente executada, constituiria um comportamento transgressivo muito sério por parte do Presidente da República, autoridade e supremacia. Constituição Federal “, afirma o ministro.
Segundo Mello, “violar uma ordem judicial implica violar a Constituição da República, qualificando negativamente o ato de desobediência presidencial e insubordinação executiva como uma conduta manifestamente inconstitucional”. (ANSA)
fonte: https://www.infomoney.com.br/politica/celso-de-mello-rejeita-apreensao-de-celular-mas-critica-bolsonaro/