Bolsonaro pode ter cometido um crime sob pressão pelas trocas de PF, diz jornal
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) poderia ter cometido o crime de direito administrativo pressionando pela mudança de posições de liderança na Polícia Federal, segundo investigadores do PGR (Gabinete do Procurador Geral) ouvidos pelo jornal “O Globo ”
Segundo o relatório, o vídeo da reunião do presidente com os ministros realizada em 22 de abril e publicado nesta sexta-feira (22) por determinação do ministro Celso de Mello do STF (Supremo Tribunal Federal), demonstraria que Bolsonaro havia pressionado o ex-The Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, trocando o superintendente da FP no Rio por interesses pessoais.
Na reunião, Bolsonaro disse: “Eu tentei mudar as pessoas de nossa segurança no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. E isso acabou. Não vou esperar por toda a minha família de putas, ou meu amigo, porque não posso mudar alguém da segurança no final da linha que pertence à estrutura. Mude isso; se você não puder mudar, mude seu chefe; você não pode mudar o chefe, mude o ministro “.
Na opinião dos promotores, essa declaração seria prova de “engano”, ou seja, a vontade do presidente de cometer o crime de direito administrativo, que é “Patrocinar, direta ou indiretamente, interesses privados perante a administração pública, usando qualidade “, de acordo com o artigo 321 do Código Penal.
Mudanças de PF
Dois dias após a reunião, Bolsonaro demitiu o então diretor geral da PF, Maurício Valeixo. A renúncia foi o gatilho para a saída de Moro do Ministério da Justiça.
Em substituição a Valeixo, Bolsonaro nomeou o diretor geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Alexandre Ramagem, para comandar a PF, mas o ministro do STF, Alexandre de Moraes, impediu a nomeação, que entendeu que havia um interesse pessoal na indicação. .
O comando do FP foi então com Rolando Alexandre de Souza, que entre seus primeiros atos como diretor geral da instituição mudou o superintendente do FP no Rio de Janeiro.
Segundo os investigadores, o fato de a Superintendência de PF no Rio ser responsável por uma investigação contra o senador Flávio Bolsonaro (republicanos-RJ) por encobrimento de ativos e empreendimentos imobiliários é considerada prova do interesse direto do presidente em controlar a região.
fonte: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2020/05/25/bolsonaro-procuradores.htm