As baixas taxas de juros dependem da retomada da âncora fiscal
(Imagens falsas)
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe estão perdendo a âncora fiscal e agora buscam recuperar o controle do volante do navio com o lançamento de medidas pós-pandemia.
O mercado considera que o controle da chamada âncora fiscal, um conjunto de regras e ações que possibilitam apontar, no futuro, a sustentabilidade das contas públicas, é essencial para o ministro permanecer no cargo e manter o cargo. interesse básico em um nível baixo.
A aliança de líderes de Centrão com a ala militar do governo Bolsonaro, no entanto, aponta para uma revisão da orientação do modelo de ajuste fiscal adotado até agora pelo Ministério da Economia.
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Analistas indicam que quando o mercado perder a confiança no ajuste e liberar a “mão” que apoia Guedes, o presidente Bolsonaro poderá abrir espaço para o grupo de desenvolvimento do governo, como fez com outros ministros.
Na pandemia, as dúvidas sobre o futuro do Brasil já fizeram com que o país se separasse negativamente de outros países emergentes, como mostram indicadores como risco do país e taxa de câmbio. O Ministério da Economia não fala publicamente sobre a perda da ancoragem fiscal.
A posição foi reforçar a importância do teto de gastos (regra que impede o crescimento dos gastos acima da inflação), mas a pressão para aumentar as políticas expansionistas adotadas na pandemia aumentou as dúvidas e deixou a trajetória sem resposta. futuro da dívida pública. nos próximos anos.
Técnicos experientes do Ministério da Economia, ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo, já estão falando em particular sobre a perda da âncora fiscal com uma dívida superior a 90% do PIB, nunca alcançada antes e sem perspectivas de estabilização. menos do que cair nos próximos anos. O problema, dizem os técnicos, é que não há nada na agenda no momento que indique que essa situação vai mudar.
A nova previsão da equipe econômica, publicada na sexta-feira, indica que a dívida bruta do governo geral chegará a 93,5% no cenário de queda de 4,7% no PIB com o qual o Ministério da Economia trabalha. A queda pode ser maior e a dívida também pode aumentar.
“O mercado ainda não jogou a toalha que acabou com a âncora fiscal do país. Mas sou mais pessimista e atribuo uma chance maior de perdê-lo”, diz Fabio Akira, economista-chefe da BlueLine Asset.
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O coordenador do observatório fiscal da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Manoel Pires, estima que há um grande medo de desenvolvimentos futuros. “Como o governo desistiu de ter uma meta fiscal para contas públicas até 2021, ninguém sabe qual resultado será buscado”.
Para o diretor executivo da Instituição Tributária Independente, Felipe Salto, o governo deve se preparar para ativar os gatilhos (medidas de ajuste, principalmente nos custos com pessoal) para corrigir o teto, com grandes possibilidades de quebra em 2021. “Temos uma reunião marcada com regras fiscais no próximo ano “.
Segundo ele, o teto é um quebra-cabeça não resolvido, pois será impossível para a máquina operar com despesas discricionárias (o pagamento não é obrigatório) em um nível tão baixo. “Falta alguém para colocar ordem. Como eles gostam de ordem, pelo menos nos diga quais são os objetivos fiscais”.
O alerta feito na semana passada pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reverberou. Ele afirmou que o Brasil não possui muita margem nas contas públicas e que, se o mercado acreditar que a expansão dos gastos será permanente, punirá o país e “voltaremos ao antigo saldo de altas taxas de juros”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
fonte: https://www.infomoney.com.br/economia/juros-baixos-dependem-de-retomada-de-ancora-fiscal/